Custo da cesta básica sobe em 20 capitais Em março, o custo do conjunto de alimentos essenciais aumentou em 20 das 27 capitais brasileiras, segundo dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Inte...
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Custo da cesta básica sobe em 20 capitais
Em março, o custo do conjunto de alimentos essenciais aumentou em 20 das 27 capitais brasileiras, segundo dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). As maiores altas foram registradas em algumas capitais do Nordeste: Teresina (3,90%), Natal (3,54%), Recife (3,53%), São Luís (2,77%) e João Pessoa (2,59%). As retrações mais expressivas foram observadas em Rio Branco (-2,19%) e Cuiabá (-1,14%).
Porto Alegre foi a cidade com a cesta mais cara (R$ 437,22), seguida por São Paulo (R$ 435,34) e Florianópolis (R$ 433,70). Os menores valores médios foram observados em Rio Branco (R$ 323,34) e Salvador (R$ 349,66).
Em 12 meses, 12 cidades acumularam alta. As elevações mais expressivas foram observadas em Natal (11,70%), Maceió (7,82%) e João Pessoa (6,34%). As reduções ocorreram em 15 cidades, com destaque para Brasília (-6,60%), Belo Horizonte (-5,69%) e Rio Branco (-5,64%).
No primeiro trimestre de 2017, 19 capitais acumularam queda, com destaque para Rio Branco (-15,89%), Cuiabá (-8,51%) e Boa Vista (-6,12%). Já os aumentos mais expressivos foram registrados em Fortaleza (3,71%), Natal (3,45%) e Teresina (3,22%).
Com base na cesta mais cara, que, em março, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em março de 2017, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.673,09, ou 3,92 vezes o mínimo de R$ 937,00. Em fevereiro de 2017, o piso mínimo necessário correspondeu a R$ 3.658,72, ou 3,90 vezes o mínimo. Em março de 2016, o salário mínimo necessário foi de R$ 3.736,26, ou 4,25 vezes o piso vigente, que equivalia a R$ 880,00.
CUSTO DA CESTA BÁSICA FICA ESTÁVEL EM SALVADOR
Em março de 2017, o custo da cesta básica na capital baiana registrou elevação de 0,07%, em relação a fevereiro de 2016 e passou a custar R$ 349,66, contra os R$349,40 registrados em fevereiro. Este é o segundo menor valor dentre as 27 capitais onde o DIEESE realiza a pesquisa. Na variação em 12 meses, os gêneros alimentícios subiram 0,27% em Salvador, de abril de 2016 a março de 2017.
Em março, as altas foram registradas no preço médio do café (6,23%), do arroz (4,64%), do leite (4,58%), do pão francês (1,90%), da manteiga (1,85%), da banana (1,22%) e feijão (0,22%). Por sua vez, as reduções aconteceram no preço do óleo (-2,86%), do tomate (-2,77%), da carne (-2,54%) e do açúcar (-0,33%).
Em março de 2017, o trabalhador soteropolitano remunerado pelo salário mínimo, comprometeu 82 horas e 06 minutos de sua jornada mensal para adquirir os gêneros essenciais. Em fevereiro, houve um comprometimento menor. Naquele mês, foram necessárias 82 horas e 02 minutos. Quando se compara o custo da cesta em relação ao salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, o comprometimento foi de 40,56% em março, percentual superior aos 40,53% de fevereiro.
CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO
Em março, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 90 horas e 33 minutos nas capitais pesquisadas, maior que o tempo necessário em fevereiro, de 89 horas e 33 minutos. Em março de 2016, o tempo era de 96 horas e 24 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em março, 44,74% do salário mínimo para adquirir os mesmos produtos que, em fevereiro, demandavam 44,25%. Em março de 2016, o percentual era de 47,63%.
COMPORTAMENTO DOS PREÇOS[1]
Entre fevereiro e março, houve predominância de alta no preço do tomate, café em pó, manteiga e batata, coletada na região Centro-Sul. Açúcar, feijão e óleo de soja tiveram redução média de valor na maior parte das cidades pesquisadas.
O tomate registrou aumento em 23 cidades, devido à baixa oferta, após período de abastecimento e muitos descartes. As maiores altas ocorreram em Natal (37,21%), São Paulo (34,92%), Teresina (32,54%), Goiânia (31,82%) e Campo Grande (29,05%). Houve queda em Rio Branco (-4,26%), Salvador (-2,77%), Manaus (-0,82%) e Macapá (-0,63%). Em 12 meses, foram registradas retrações em todas as cidades, exceto em Natal (12,74%), com destaque para as taxas de Cuiabá (-39,83%), Belo Horizonte (-38,24%) e Belém (-35,93%).
O preço do café aumentou em 20 cidades, em março. As variações oscilaram entre 0,16%, em Palmas, e 13,18%, em Goiânia. Houve estabilidade em Rio Branco e redução em seis capitais, com destaque para as taxas de Recife (-1,71%) e Campo Grande (-1,49%). Em 12 meses, todas as cidades mostraram alta, que variou entre 14,36%, em Belém, e 48,93%, em Aracaju. Baixa oferta de grãos e suspensão da importação de café robusta mantiveram os preços em alta no varejo.
A manteiga apresentou alta de preço em 20 cidades, em março, devido ao início da entressafra de leite, apesar da demanda enfraquecida por leite e derivados. Os aumentos variaram entre 0,38%, em Belo Horizonte, e 20,63%, em Boa Vista; já os recuos mais expressivos foram verificados em Palmas (-4,05%) e São Paulo (-3,10%). Em 12 meses, o preço médio do produto acumulou alta em todas as capitais e oscilou entre 22,48%, em Manaus, e 65,81%, em Aracaju.
Coletada no Centro-Oeste, Sul e Sudeste, a batata apresentou alta nos preços em nove cidades, com destaque para as variações no Rio de Janeiro (21,68%), Porto Alegre (12,63%) e Campo Grande (11,17%). Duas cidades tiveram recuo no valor do tubérculo: Goiânia (-26,51%) e Florianópolis (-4,64%). A alta na maioria das cidades em que o produto é pesquisado pode ser explicada pelas chuvas que interromperam as colheitas em Minas Gerais e Paraná; o baixo preço na safra anterior, que fez com o que o produtor diminuísse o plantio; e, o fim da safra das águas, todos fatores que reduziram a oferta. Já em 12 meses, o produto apresentou redução de valor em todas as capitais, com taxas entre -54,82%, em Curitiba, e -33,26%, em São Paulo.
O preço do açúcar seguiu em queda pelo segundo mês consecutivo e 24 cidades apresentaram retração no valor. Os recuos variaram entre -10,20%, em Boa Vista, e -0,32%, em Natal. Em Belém (0,83%), Palmas (0,96%) e Fortaleza (1,93%), foram observados aumentos. A proximidade da nova safra e a flexibilidade das usinas para vender os estoques fizeram o preço do produto diminuir no varejo. Em 12 meses, quase todas as capitais mostraram elevação de valor: entre 0,29%, no Rio de Janeiro, e 17,83%, em Rio Branco. Em Brasília (-11,76%) e Recife (-2,04%), as taxas acumuladas foram negativas.
Das 27 capitais onde se realiza a pesquisa, o preço do feijão caiu em 22, em março. O do tipo carioquinha, pesquisado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo, caiu entre -35,58%, em Maceió, e -4,38%, em Macapá. Houve aumento em Campo Grande (0,22%), Salvador (0,22%), Aracaju (1,44%), Belo Horizonte (5,70%) e Belém (6,40%). Já o preço do feijão preto diminuiu em todas as localidades onde é pesquisado - capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro: Curitiba (-16,30%), Rio de Janeiro (-13,00%), Vitória (-11,30%), Florianópolis (-11,07%) e Porto Alegre (-7,48%). Em 12 meses, o valor do grão carioquinha diminuiu em 20 capitais: as quedas variaram entre -30,95%, em Belém, e -6,17%, em Aracaju. Em Fortaleza (2,09%) e Manaus (19,41%), foram verificadas altas acumuladas. Também para o tipo preto, em 12 meses, houve alta em todas as localidades, com destaque para as taxas de Porto Alegre (28,62%) e Florianópolis (12,08%). A escassez do grão de boa qualidade, tanto do carioquinha quanto do preto, elevou o valor em algumas cidades.
O preço do óleo de soja diminuiu em 20 capitais, em março. O recuo variou entre -5,57%, em Recife e -0,70%, em Macapá. As maiores altas foram registradas em Goiânia (6,41%) e Manaus (6,24%). Em 12 meses, o valor cresceu em todas as localidades, com taxas entre 1,60%, em Florianópolis, e 15,44%, em Fortaleza. Oferta elevada devido à alta produtividade das lavouras brasileiras e diminuição do preço internacional vêm reduzindo o preço do grão e, consequentemente, dos derivados dele.
TABELA 1 - PESQUISA NACIONAL DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS
CUSTO (R$) E VARIAÇÃO (%) DA CESTA BÁSICA EM 27 CAPITAIS
BRASIL, MARÇO DE 2017
Capital |
Valor da cesta |
Variação mensal (%) |
Porcentagem do Salário Mínimo Líquido |
Tempo de trabalho |
Variação no ano (%) |
Variação anual (%) |
Porto Alegre |
437,22 |
0,39 |
50,72 |
102h40m |
-4,75 |
3,88 |
São Paulo |
435,34 |
2,14 |
50,50 |
102h13m |
-0,81 |
-1,97 |
Florianópolis |
433,70 |
-0,10 |
50,31 |
101h50m |
-4,43 |
-1,67 |
Rio de Janeiro |
431,31 |
1,59 |
50,03 |
101h16m |
-2,80 |
-2,15 |
Vitória |
415,75 |
0,42 |
48,23 |
97h37m |
-2,48 |
-0,58 |
Brasília |
415,39 |
-0,29 |
48,19 |
97h32m |
-3,78 |
-6,60 |
Fortaleza |
408,83 |
1,72 |
47,43 |
95h59m |
3,71 |
5,83 |
Belém |
394,21 |
-0,34 |
45,73 |
92h34m |
-4,02 |
-4,75 |
Campo Grande |
391,95 |
1,70 |
45,47 |
92h02m |
-3,95 |
-0,53 |
Teresina |
391,15 |
3,90 |
45,37 |
91h50m |
3,22 |
1,39 |
Cuiabá |
389,94 |
-1,14 |
45,23 |
91h33m |
-8,51 |
-4,36 |
Curitiba |
389,52 |
0,58 |
45,19 |
91h28m |
-4,96 |
-2,81 |
Goiânia |
388,31 |
2,14 |
45,05 |
91h10m |
0,38 |
2,61 |
Belo Horizonte |
385,57 |
2,09 |
44,73 |
90h32m |
-2,30 |
-5,69 |
João Pessoa |
374,18 |
2,59 |
43,41 |
87h51m |
2,19 |
6,34 |
Palmas |
373,56 |
0,96 |
43,33 |
87h43m |
-2,49 |
-0,89 |
Porto Velho |
372,96 |
1,93 |
43,26 |
87h34m |
-1,25 |
5,27 |
Manaus |
371,93 |
-0,93 |
43,15 |
87h20m |
-5,86 |
-2,51 |
Boa Vista |
371,49 |
1,13 |
43,09 |
87h13m |
-6,12 |
-1,03 |
Maceió |
369,33 |
-0,53 |
42,84 |
86h43m |
-5,68 |
7,82 |
São Luís |
364,28 |
2,77 |
42,26 |
85h32m |
2,31 |
2,17 |
Natal |
364,12 |
3,54 |
42,24 |
85h29m |
3,45 |
11,70 |
Macapá |
362,13 |
0,93 |
42,01 |
85h02m |
-2,20 |
-2,79 |
Recife |
356,21 |
3,53 |
41,32 |
83h38m |
2,37 |
2,59 |
Aracaju |
351,81 |
2,06 |
40,81 |
82h36m |
0,61 |
0,71 |
Salvador |
349,66 |
0,07 |
40,56 |
82h06m |
-1,55 |
0,27 |
Rio Branco |
323,34 |
-2,19 |
37,51 |
75h55m |
-15,89 |
-5,64 |
Fonte: DIEESE
TABELA 2 - PESQUISA NACIONAL DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS
VARIAÇÃO MENSAL DO GASTO POR PRODUTO NAS 27 CAPITAIS (%)
BRASIL, MARÇO DE 2017
Produtos |
Centro-Oeste |
Sudeste |
Sul |
|
||||||||
Brasília |
Campo Grande |
Cuiabá |
Goiânia |
Belo Horizonte |
Rio de Janeiro |
São Paulo |
Vitória |
Curitiba |
Florianópolis |
Porto Alegre |
||
Total |
-0,29 |
1,70 |
-1,14 |
2,14 |
2,09 |
1,59 |
2,14 |
0,42 |
0,58 |
-0,10 |
0,39 |
|
Carne |
-1,25 |
-2,07 |
-1,92 |
3,69 |
-1,80 |
0,18 |
-0,92 |
-1,21 |
-2,07 |
1,40 |
0,00 |
|
Leite |
0,30 |
0,28 |
-1,31 |
5,51 |
3,36 |
3,16 |
2,99 |
2,43 |
3,21 |
2,01 |
3,84 |
|
Feijão |
-6,59 |
0,22 |
-12,90 |
-13,44 |
5,70 |
-13,00 |
-4,55 |
-11,30 |
-16,30 |
-11,07 |
-7,48 |
|
Arroz |
-0,29 |
-0,33 |
-4,05 |
-1,03 |
0,34 |
0,25 |
0,65 |
-1,07 |
1,09 |
-3,02 |
0,67 |
|
Farinha |
-7,34 |
2,01 |
-1,33 |
0,65 |
-2,12 |
0,22 |
-4,23 |
-2,51 |
-3,34 |
-0,45 |
-4,46 |
|
Batata |
7,46 |
11,17 |
7,69 |
-26,51 |
5,50 |
21,68 |
6,78 |
8,12 |
5,95 |
-4,64 |
12,63 |
|
Tomate |
4,13 |
29,05 |
4,76 |
31,82 |
24,83 |
20,76 |
34,92 |
19,74 |
28,14 |
17,14 |
6,31 |
|
Pão |
0,18 |
1,85 |
-0,20 |
-4,32 |
-0,44 |
-0,76 |
-0,18 |
1,17 |
1,77 |
0,65 |
0,71 |
|
Café |
-1,07 |
-1,49 |
1,86 |
13,18 |
1,01 |
2,71 |
2,73 |
4,05 |
2,06 |
1,44 |
0,67 |
|
Banana |
0,18 |
-0,50 |
-4,65 |
3,70 |
5,08 |
-1,74 |
-1,47 |
-3,87 |
-0,36 |
-5,61 |
-1,16 |
|
Açúcar |
-2,60 |
-1,72 |
-4,95 |
-2,29 |
-2,02 |
-4,14 |
-3,63 |
-3,21 |
-2,90 |
-1,99 |
-3,22 |
|
Óleo |
-4,47 |
-2,16 |
-1,90 |
6,41 |
-3,78 |
-3,86 |
-1,02 |
-2,41 |
-1,98 |
-2,50 |
-0,86 |
|
Manteiga |
1,90 |
-1,30 |
6,72 |
13,31 |
0,38 |
4,43 |
-3,10 |
0,63 |
5,20 |
-1,08 |
2,24 |
|
TABELA 2 - PESQUISA NACIONAL DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS
VARIAÇÃO MENSAL DO GASTO POR PRODUTO NAS 27 CAPITAIS (%)
BRASIL, MARÇO DE 2017
(continuação)
Produtos |
Norte |
Nordeste |
||||||||||||||
Belém |
Boa Vista |
Macapá |
Manaus |
Palmas |
Porto Velho |
Rio Branco |
Aracaju |
Fortaleza |
João Pessoa |
Maceió |
Natal |
Recife |
Salvador |
São Luís |
Teresina |
|
Total |
-0,34 |
1,13 |
0,93 |
-0,93 |
0,96 |
1,93 |
-2,19 |
2,06 |
1,72 |
2,59 |
-0,53 |
3,54 |
3,53 |
0,07 |
2,77 |
3,90 |
Carne |
-2,70 |
0,80 |
-0,14 |
0,80 |
-0,81 |
-0,64 |
-0,48 |
-0,59 |
-1,41 |
0,60 |
-0,53 |
0,46 |
2,95 |
-2,54 |
0,67 |
0,09 |
Leite |
-2,92 |
-5,73 |
1,69 |
-1,43 |
1,16 |
-1,14 |
-2,05 |
2,72 |
-1,21 |
-0,26 |
1,60 |
-1,34 |
-3,34 |
4,58 |
3,19 |
-1,13 |
Feijão |
6,40 |
-9,68 |
-4,38 |
-7,09 |
-5,60 |
-5,51 |
-10,27 |
1,44 |
-9,68 |
-12,11 |
-35,58 |
-13,55 |
-16,32 |
0,22 |
-12,14 |
-11,82 |
Arroz |
-5,28 |
-0,34 |
0,00 |
-1,17 |
-1,20 |
9,77 |
-0,90 |
-0,56 |
0,00 |
-1,20 |
2,07 |
1,88 |
0,55 |
4,64 |
-1,43 |
-1,50 |
Farinha |
-1,56 |
-0,34 |
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